terça-feira, 3 de março de 2009

só prá saber como é

Esse primeiro texto devia contar sobre como a conheci, como surgiu a idéia desse blog, sobre tudo que pode acontecer em duas dimensões, sobre nossa pseudo relacão romântica doentia.
Mas esse texto trata de fracasso, da vida banal cotidiana, da busca incansável pela cura da rotina.
Só por hoje eu cansei de vagar pelas ruas, e de desenhar em guardanapos de butecos de esquinas quaisquer... amanhã é outra coisa completamente diferente, mas agora nesse momento que, agora, já nao existe mais, eu quero ficar escondido, hibernando um sono justo, porém conturbado.
27 anos, um apê grande com pouca mobília, as vezes acho que esse excesso de espaco ocioso diz muito do que se passa por aqui, espacos preenchidos por pensamentos, idéias, coisas que dificilmente se concretizam... sonhos psicodélicos. Livros, filmes, cds, pornografia, tudo metodicamente organizado. Algumas plantas, nenhum cinzeiro, iluminacão indireta das propagandas da rua .
Um computador e uma prancheta de desenho.
Sinto saudades de coisas que nao sei.
Amo pessoas que nao conheco.
Pertenco a lugares onde nunca estive.
As frustacões estão pulgentes hoje, o vazio atuando como um vácuo que retira minhas energias. Nao sou o engravatado bem sucedido, e geralmente agradeco por nao se-lo, não é isso que busco, nunca foi o que sonhei... mas também nunca pensei em ilustrar embalagens, o muleque que rabiscava nos cadernos, nas mesas, nas paredes, queria chocar com seus desenhos, parir personagens odiosos, arquinimigos de tudo que o incomodavam...
Parece música do Cazuza! Estou velho... não posso comparar essa melancolia ao movimento emo (o que é isso?), sou de outro mundo e outro tempo e não tenho vizinhos. Vou reinventar tudo isso só prá mim, por isso escrevo aqui, e esse mundo novo divido com ela... companhia de noites em claro. Alguém que nunca “vi”, e que entende isso tudo como se fosse dela.
Você devia estar online agora... prá dissipar pensamentos aleatórios da minha cabeca, me fazer sorrir como se eu só tivesse motivo prá isso... ou catalizar tudo numa loucura genial, nessa enfermidade que só a gente poderia ter construído.

Eu vou te ligar antes de resolver qualquer coisa, eu quero a sua dignidade e liberdade, eu quero ver até onde você chega Ana, eu já comecei....

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